Quarta-feira, 18 de março de 2020
QUAIS OS IMPACTOS DO CORONAVÍRUS NO MERCADO BRASILEIRO?
Mega Sistemas
Que a pandemia do coronavírus já tem afetado a economia global, é fato. Especialistas de todo o mundo preveem – e já começam a vivenciar – inúmeros impactos decorrentes deste evento que pegou mercados e milhões de pessoas de surpresa.
A Agência Brasil informou que a incerteza provocada pelo Covid-19 deve custar cerca de US$ 1 trilhão à economia global em 2020, de acordo com a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).
O segmento da indústria, que estava confiante, agora revê seus números. Após um crescimento tímido de 0,5% em 2019, a projeção de aumento do PIB industrial para 2020 era de 2,8%, levando em consideração a retomada que o setor começou a apresentar no final do último ano.
De acordo com o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Marcelo Azevedo, em depoimento ao Grupo Estado, "todo esse movimento acontece numa hora delicada para a indústria, que vinha numa trajetória de recuperação. Janeiro talvez pudesse colocar a indústria num novo patamar. Estávamos nos aproximando de um momento em que se esperava recuperação do emprego e investimento no setor".
Na visão de Michel Quintiano, gerente administrativo da Alum Insumos para fundição, ainda não é possível observar grandes mudanças no dia a dia da indústria, porém, o cenário indica que o setor irá começar a sentir os impactos em breve.
“Como medida preventiva, nós estamos comprando um estoque que nos assegure durante uns 2 ou 3 meses. A tendência é que os insumos importados sofram uma redução de produção, o que pode nos impactar daqui uns meses, desacelerando a retomada da indústria para 2020”, afirma.
O economista da CNI também comenta o cenário global, afirmando que "não é só o efeito do coronavírus, mas tudo o que está sendo feito em todos os países para lidar com o problema. Esses efeitos vão se somando e não só na indústria".
Na construção também
Para Oscar Costa, IT Manager da Eztec Empreendimentos, o desafio interno é continuar com as atividades, tentando reduzir riscos ao apostar no sistema de home office para o administrativo, e tomando os devidos cuidados no canteiro de obras, sem precisar parar a produção.
Segundo o gestor, “num panorama geral, a gente já consegue observar uma fuga do investidor, que vinha bem desde o ano passado, adquirindo os lançamentos. Com o cenário atual, já conseguimos ver uma queda devido ao ambiente economicamente inseguro”.
Realmente, a maior preocupação neste momento está concentrada no comportamento do consumidor brasileiro. "Quem é que vai comprar um imóvel neste momento? Poucas pessoas têm essa coragem”, questiona Oscar.
É uma dúvida pertinente
Por outro lado, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal anunciaram que vão reforçar suas linhas de crédito para fazer frente à turbulência dos mercados globais.
De acordo com a recente notícia publicada no portal Exame, “o presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, acenou com o reforço na oferta de linhas de crédito para atender à necessidade de capital de giro das empresas”.
Além disso, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que o banco irá reforçar as linhas de crédito para pessoa física e empresas, principalmente as do setor imobiliário. “É uma questão temporária e teremos reforço na parte das pequenas empresas e do crédito para pessoa física”, afirmou.
Otimismo em meio aos alardes
De acordo com a análise de Marcelo Cecin, da Cidade Jardim Empreendimentos, o mercado imobiliário não será tão afetado, pois o ritmo da demanda continua para as empresas do segmento. “É lógico que, pelo paradigma especulativo no qual o mercado financeiro se baseia, uma perspectiva de crise pode afetar alguma cotação de empresa, mas em suma, o ciclo de desenvolvimento de novos projetos no mercado local irá continuar”, aponta.
É necessário ficar de olho na instabilidade da bolsa de valores e tomar atitudes coerentes para que, tanto empresas quanto a população não sofram tanto com os impactos do coronavirus. O vírus é considerado uma pandemia e vários países já conseguiram reduzir o número de casos com ações físicas, como a quarentena, por exemplo.
Marcos Paulo Malagola, diretor de produtos na Senior Sistemas, lembra que a tecnologia oferece ferramentas fundamentais para minimizar os impactos de uma crise: “Diante deste cenário, onde medidas de isolamento muitas vezes são necessárias, as aplicações online intensificam sua eficiência ao se tornam grandes aliadas na aproximação entre as pessoas, possibilitando a continuidade do trabalho e das tomadas de decisão. Aplicativos unem empresas e clientes, sistemas em nuvem são acessados de qualquer lugar com internet – é isso que está fazendo a roda continuar a girar!”.
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