Produção puxada: veja 5 passos para implementá-la na indústria

Produção puxada: veja 5 passos para implementá-la na indústria

Um problema comum dentro das indústrias é o excesso de estoque. Ele se manifesta em um grande número de matéria-prima, elementos intermediários ou até mesmo de produtos finais. A solução para acabar com esses excessos pode ser investir em produção puxada.

Um grande número de itens em estoque incorre em gastos desnecessários para a empresa, gerados pela busca por mais espaços, necessidade constante de manuseio, baixa de preços para diminuir o estoque, entre outras ações.

Para ajudar você a evitar essas situações, vamos falar um pouco sobre a produção puxada e as suas diferenças em relação ao modelo tradicional de produção empurrada, além das formas de implementá-la na sua indústria. Continue conosco e boa leitura!

Produção puxada

O principal objetivo da produção puxada é controlar a linha produtiva de acordo com a demanda exigida pelos clientes, evitando o excesso de estoque e possíveis prejuízos provenientes desse problema.

Ou seja, a produção puxada consiste em produzir somente a quantidade necessária, no exato momento em que o pedido é realizado, fabricando apenas o que foi adquirido pelo cliente.

Esse conceito faz parte dos processos de produção conhecidos como Lean Manufacturing, ou Produção Enxuta, no qual se busca o mínimo possível de custos para o máximo aproveitamento.

Dessa forma, a produção de um item só é realizada após o pedido registrado por um cliente, evitando que produtos fiquem parados no estoque — que além de não gerarem retorno, geram gastos.

Um exemplo bem simples são as pizzarias. Quando você liga para um estabelecimento desse ramo, a pizza ainda não está pronta. Ela será produzida e entregue apenas após o seu pedido.

Produção empurrada

A produção empurrada é o modelo tradicional, no qual a empresa mantém a sua produção mesmo sem nenhum tipo de pedido, compondo um estoque de produtos que podem ou não ser vendidos.

Boa parte das empresas se baseia nos seus históricos de vendas para aumentar ou diminuir a produção, focando na criação de um grande estoque para escoar os produtos aos seus distribuidores.

Como exemplo claro desse tipo de produção podemos citar as cervejarias. Essas empresas engarrafam milhares de litros de cerveja e criam estoques gigantes para as vendas nos meses de pico no verão.

Diferenças entre os dois conceitos

Como você pôde perceber, a principal diferença entre os dois modelos de produção está na necessidade de manter ou não um estoque de produtos para atender aos pedidos dos clientes.

No exemplo da pizzaria, o produto preparado e mantido no “estoque” acabaria por perder o seu valor para o cliente — que é a pizza quentinha, recém-saída do forno. Além disso, há a questão das várias possibilidades de sabores, o que inviabilizaria a formação de um estoque, pois ele teria que ser imenso para atender, prontamente, aos mais variados pedidos.

O mesmo raciocínio não se aplica às cervejarias. Cerveja é um produto com alta vendabilidade, independentemente do mês do ano, ou seja, é preciso manter um estoque alto para atender aos pedidos constantes dos clientes — logo, a produção empurrada faz mais sentido.

E mesmo que existam alguns sabores exóticos de cerveja, a maioria das fábricas trabalha com um sabor principal, o que não inviabiliza estocar grandes quantidades.

Como você pôde notar, a escolha entre cada um dos modelos depende da indústria e do seu planejamento.

Como implementar a produção puxada

Existem, basicamente, cinco etapas para realizar a implementação da produção puxada em uma indústria. Confira, a seguir, cada uma delas.

1. Mapeie seu fluxo de trabalho

Para que você obtenha sucesso na implementação da produção puxada na sua empresa, é preciso, antes de mais nada, mapear todas as atividades produtivas da sua indústria, desde a chegada da matéria-prima até a saída do produto final.

Isso é essencial para entender todo o processo e visualizar o andamento da produção dos itens pedidos pelo cliente. E também vai ajudar você a implementar o Kanban, o que nos leva ao próximo tópico.

2. Adote o Kanban

O modelo de controle de fluxo de produção Kanban é muito conhecido por quem trabalha com gerenciamento de projetos, mas também pode ser aplicado para realizar o controle de produção puxada.

Ele é baseado em diversos cartões que representam o pedido do cliente, ou partes dele. Cada etapa do processo deve ser representada em um quadro branco, em colunas ou linhas.

O cartão Kanban é colado na linha ou coluna que representa o processo em que ele se encontra naquele momento. Sempre que o pedido for enviado para outra parte do fluxo produtivo, o cartão deve ser mudado de lugar no quadro também.

Dessa forma, você pode ter um controle total do andamento dos pedidos dentro do fluxo de produção de forma simples e de fácil interpretação, permitindo a visualização do cumprimento de prazos.

3. Comece a puxar

O próximo passo é começar a puxar ao invés de empurrar a produção — e esse é um dos pontos mais difíceis de serem realizados, pois exige uma mudança total de mentalidade.

Não é mais necessário realizar a produção de itens se nenhum pedido foi realizado. É preciso esperar uma provocação por parte do cliente para que a máquina produtiva inicie seu trabalho.

4. Limite o andamento do processo

É comum que os processos não funcionem como deveriam no início, principalmente se a sua indústria trabalhava de forma empurrada.

Para evitar que alguma parte da produção acabe por gerar um número exagerado de elementos para o próximo passo, você pode limitar a produtividade. Ou seja, criar impeditivos para cada um dos processos, evitando criar estoques de elementos intermediários da produção.

5. Monitore todos os resultados

O último passo da implementação é o monitoramento constante dos resultados. É comum que no início do processo existam problemas, mas, com o tempo, seus colaboradores se adaptarão ao novo modelo de produção.

Ao monitorar os resultados da linha produtiva você poderá observar qualquer alteração que deve ser tratada e até mesmo oportunidades de melhoria em seus novos processos de produção.

Importância da produção puxada na indústria

Nos dias de hoje, com o advento da internet e novos meios de comunicação, as demandas dos clientes mudaram e a qualidade se tornou um ponto essencial para a compra de determinados produtos.

Com isso, é preciso focar mais na produção especializada e menos na formação de estoques, a fim de conquistar clientes cada vez mais exigentes. A produção puxada permite um controle individualizado sobre cada pedido e, com isso, proporciona um maior controle e qualidade do produto final.

O cliente enxerga valor agregado maior nessa individualização do que na produção em massa de produtos e corresponde a esse cuidado com a fidelização e a confiança na empresa.

A produção puxada é o melhor modelo para as indústrias que buscam minimizar gastos desnecessários com estoques e prezam pela busca da qualidade de seus produtos.

Gostou deste conteúdo? Então, baixe agora mesmo nosso e-book Industria 4.0 — Um guia prático para acompanhar essa tendência e saiba mais sobre os novos modelos de produção do futuro!