Obsolescência programada e sua relação com o BIM na construção

Este com certeza não é um termo novo. Para falar a verdade, é até bem antigo, surgiu entre as décadas de 1920 e 1930 quando a lógica de mercado começou a determinar qual seria a vida útil de seus produtos. O conceito foi evoluindo e se refinando com o passar dos anos e hoje vivemos em um mundo no qual é bem comum se “trocar” as coisas. Você nem precisa fazer muito esforço para se lembrar do mundo há 20 anos atrás, quando os itens ainda eram “feitos para durar” como as pessoas falam. Aquela geladeira azul claro antiga, ou aquela máquina de costura feita de metal maciço, itens que chegavam a passar de uma geração para a outra.

Agora as coisas mudaram um pouco, há quem diga que antigamente os produtos eram melhores, há quem diga que atualmente se tem mais inovação. Não estamos aqui para fazer juízo de valor, mas obviamente, ambos os lados têm seus prós e contras.

Com produtos mais duráveis, nós consumidores gastaríamos menos e teríamos itens mais confiáveis. Ao mesmo tempo que, enquanto o mercado estaria avançando, nós ficaríamos parados no tempo com artigos de 10 anos atrás. Ou seja, é uma via de mão dupla. Para conferir como a obsolescência afeta o cotidiano e o comportamento das pessoas, continue a leitura deste artigo!

LIFETIME VALUE OU LTV

Se os produtos são feitos para ficarem obsoletos, por que o cliente simplesmente não muda de marca? Bom, é simples, algumas marcas oferecem um serviço tão bom, que não tem porque trocar. É aí que entra o lifetime value ou LTV. Em um sentido bem amplo, o LTV é uma forma de medir o quanto você consegue prestar um serviço de qualidade para que seu cliente vire um consumidor recorrente, sempre confiando no seu serviço. Claro que esse é um resumo bem simples do que é o LTV. Existem cálculos complexos de receita para definir este lifetime value e você pode conferir um pouco disso aqui.

Um exemplo clássico do que estamos falando é a Apple. Algumas pessoas têm a impressão de que a “empresa da maçã” se tornou uma gigante do mercado por agora, mas a empresa existe desde 1976. São anos entregando produtos que reforçam a seus clientes a qualidade que a empresa está disposta a fornecer. LTV é isso, entregar serviços de qualidade para que o cliente confie e se torne recorrente.

É AGORA QUE A GENTE FALA DO BIM? 

Sim! Agora é aquele momento em que nós amarramos o texto e relacionamos o BIM a tudo isso que falamos aí em cima, então, vamos lá. A obsolescência programada funciona muito bem em produtos como o que você está usando agora para ler este artigo: celulares, computadores, até mesmo eletrodomésticos como geladeiras e micro-ondas. Como falamos, isso garante que o mercado esteja sempre se atualizando, da mesma forma que garante o lucro das empresas, mas também garante que você tenha sempre algo otimizado em mãos (é uma discussão extensa). 

Mas o nosso trabalho é com obras e uma obra não pode ficar obsoleta. Não mesmo. Ninguém constrói um prédio pensando “daqui dois anos eu boto ele abaixo e construo um mais novo”. Não tem como, nosso modelo de negócio é diferente. O que se busca em um empreendimento é que ele seja o mais durável o possível, com o mínimo de falhas e que custe o mínimo em manutenção. A obra deve ser para a vida toda. É por isso que podemos dizer que: “o BIM é o LTV da construção” — Guilherme Valente.

BIM E LIFETIME VALUE

O BIM está atrelado a todo o ciclo de vida da construção, de tecnologias que vão desde o projeto, acompanhamento de obra, até o pós, quando seu empreendimento já está de pé. A construção digital é a ferramenta para que você crie um projeto focado em LTV. 

Levando em consideração o conceito inicial do Lifetime Value, de ser valor para a vida toda, o BIM é a forma mais assertiva de se conseguir isso em uma obra. Com o acompanhamento em todas as etapas da construção e até mesmo após a conclusão do empreendimento, o BIM é a garantia de um imóvel durável.

Um exemplo disso são os chamados BTS (Build to Suit). É um modelo de empreendimento do qual um cliente tem uma demanda e a construtora executa um projeto baseado nessa necessidade. O cliente neste caso não irá comprar o imóvel, ele o alugará por um longo período. Este tipo de modelo necessita de uma atenção a longo prazo, e o BIM garante essa atenção em todas as fases do processo, para que ele seja construído atendendo às demandas do cliente e que ele possa ser durável e econômico. 

O BIM É A MELHOR DECISÃO PARA O CLIENTE

A construção digital é uma garantia no presente de uma obra durável no futuro. O que gostamos sempre de salientar é que a exigência pelo BIM deveria partir do próprio cliente, de quem irá pagar pelo empreendimento. As tecnologias de modelagem de informação da construção garantem a segurança em todas as fases de uma obra, garantem também um empreendimento mais sustentável e de acordo com pautas ambientais, garantem otimização nos processos de execução da obra, além de várias outras vantagens que já mencionamos aqui no blog.

Estar ciente disso é estar ciente de uma tecnologia que já não é mais “o futuro” da construção, é o presente e um presente inovador. O Lifetime Value da construção civil é o BIM justamente por garantir o valor de um empreendimento, pela vida toda.

E então, esta analogia fez sentido para você? Então aproveite e compartilhe este artigo em suas redes para que ele possa ajudar ainda mais pessoas!

 


Colunista convidado: Guilherme Valente

Guilherme é BIM Manager na GV BIM, empresa especializada na implantação BIM e responsável pela estratégia de BIM em empresas que somadas têm faturamento maior que 19bi.