
O que significa o Bloco K no SPED fiscal
O bloco K da Escrituração Fiscal Digital ICMS/IPI refere-se à digitalização do livro de controle da produção e do estoque de indústrias e empresas atacadistas, visando acabar, de uma vez por todas, com as adulterações em notas fiscais e as manipulações nos inventários de estoque. Aumenta-se, assim, o controle e a fiscalização por parte do governo no processo produtivo das empresas.
Quer saber mais sobre essa temida novidade? Então confira agora mesmo no nosso post:
Que dados serão fornecidos no bloco K?
Os dados a serem divulgados no bloco K do SPED fiscal vão ser: a ficha técnica dos produtos, o número de perdas no processo produtivo, as ordens de produção, os insumos utilizados e o número de produtos acabados — inclusive os fabricados por empresas terceirizadas.
Com esses dados em mãos, o fisco os cruzará com as informações divulgadas pelas empresas, a fim de confrontar os resultados e identificar possíveis sonegações de impostos. Inconsistências não justificadas poderão ser tomadas como ações ilegais, prejudicando a empresa perante o tesouro.
E atenção: é preciso ressaltar que todas as empresas serão obrigadas a preencher o bloco K, exceto as enquadradas pelo regime Simples.
Quais são as preocupações dos empresários?
A falta de estrutura tecnológica para fornecer os dados solicitados pela nova lei e a divulgação de informações estratégicas são os principais quesitos que têm deixado os empreendedores receosos com a nova medida. Ao informar dados equivocados, por exemplo, uma empresa pode ser multada, mesmo que a falha tenha sido de controle, e não por má-fé.
Outra questão que vem tirando o sono de gestores de indústrias e empresas atacadistas é o engessamento do sistema, que não prevê as peculiaridades de cada atividade. Cada empresa monta para si um processo de controle de estoque e produção que seja viável e atenda às suas necessidades, sem se preocupar em padronizá-lo de acordo com um modelo preexistente. Com o bloco K do SPED fiscal, todas as organizações ficam obrigadas a manter o mesmo sistema de controle — assim como ocorreu com o e-Social ao padronizar a folha de pagamento.
Vão ser necessárias muitas adaptações. E isso, na maioria das vezes, significa aumento de gastos.
O que pode ser feito?
Empresas que já utilizam um sistema ERP — Enterprise Resource Planning — para controle de estoque e produção têm à sua disposição as informações solicitadas no bloco K. Só vai ser preciso exportá-las para o formato exigido pelo fisco. Essa ação implica algum trabalho, mas para as empresas fornecedoras do ERP e não propriamente para os empresários que dele fazem uso.
Para quem ainda não tem um ERP, será preciso implementar um sistema contábil de custos, ou seja, investir em tecnologia para não perder dinheiro pagando multas. Outra saída encontrada por boa parcela dos empresários é unir forças na tentativa de conseguir que o governo federal estenda o prazo para a implantação do sistema — que atualmente está fixado em primeiro de janeiro de 2016.
A exigência do fornecimento dos dados e das informações referentes ao estoque e à produção não impacta apenas esse setor, influenciando todos os demais setores das organizações. Força-se, assim, as empresas a uma verdadeira reestruturação interna, o que demanda tempo e investimento financeiro. Não se sabe se o governo federal atenderá aos pedidos dos empresários no que tange ao aumento do prazo para essa adequação, mas é fato que em primeiro de janeiro de 2016 a maioria das empresas ainda não terá conseguido implementar tais mudanças.
Entendeu agora o que é e como esse bloco K vai intervir nos seus negócios? Como você tem se preparado para essa mudança iminente? Ficou ainda alguma dúvida? Comente aqui e compartilhe suas impressões e experiências conosco!
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