O que faz o agricultor perder produtividade no campo?

O agricultor é o trabalhador rural. Ele produz alimentos (e outros produtos vegetais) a partir da terra. Suas funções incluem o cuidado com o solo, a seleção de sementes, o plantio, a adubação, a irrigação, o combate às pragas e, por fim, a colheita.

O que faz o agricultor, afinal? Ele trabalha pela segurança alimentar de todos — um desafio crescente. Já extrapolamos os limites ecológicos de áreas plantáveis do planeta — continuar o desmatamento pode colocar tudo a perder. A população mundial pode chegar a 10 bilhões em 2050 e a maior parte das pessoas reside nos espaços urbanos, em uma relação exclusivamente de consumo do alimento.

O campo precisa, assim, suprir uma demanda cada vez maior com um espaço limitado e sujeito às adversidades naturais. Embora a tarefa seja árdua, o Brasil tem se destacado pelos altos índices de produtividade no campo. Veja aqui alguns descuidos a serem evitados para manter suas terras produtivas e aumentar os lucros!

1. Falta de planejamento

Ainda que os resultados na agricultura sejam colhidos apenas depois de vários meses, é preciso estar preparado desde o início e saber muito bem como bater suas metas. Manter as informações da fazenda centralizadas e acessíveis é crucial para ter domínio do todo e enxergar os detalhes. Sem planejamento é quase impossível detectar os gargalos na linha de produção, os problemas na relação com o mercado e as etapas do cultivo que envolvem desperdício.

1.1. ERP

Um Sistema de Gestão Empresarial (ERP, na sigla em inglês) pode facilitar e otimizar a administração de uma fazenda, permitindo, inclusive, a tomada de decisões a distância, baseadas nos dados de campo que os funcionários inserem no softwares. Com a internet das coisas (IoT, na sigla em inglês), os próprios equipamentos podem subir automaticamente informações para a plataforma.

Parece lógico que mais dados do passado e do presente possibilitam maior capacidade de previsão, mas nem sempre é assim. Sem a devida organização, a informação pode trazer dúvida e erros de interpretação. Um ERP confiável reduz as chances de equívocos apresentando gráficos e tabelas, o que melhora a visualização e garante o bom entendimento.

1.2. Entressafra

Se perguntarmos as pessoas do meio urbano o que faz o agricultor, a resposta quase sempre se direcionará ao cuidado das plantas. Realmente, manter a plantação saudável é a principal meta do profissional da terra, mas existe toda uma logística por trás disso. Entre a colheita e a semeadura existe um intervalo de tempo que pode ser encarado como descanso — mas não deveria ser.

É no período de entressafra que é possível priorizar tarefas não diretamente relacionadas ao cuidado com as plantas, como: 

2. Falta de controle

Um ótimo planejamento pode se tornar um peso morto se não for bem aplicado. É preciso ciência plena do que está acontecendo. Em muitas fazendas, a administração local é feita por um subgestor. Será que o fazendeiro recebe os dados com a rapidez e precisão necessárias para decisões urgentes? Em outras propriedades, a terra é grande demais para ser monitorada pelos métodos tradicionais — alguns detalhes podem passar despercebidos ao olho mais treinado. O que consegue corrigir esses problemas?

2.1. Autômatos

As condições climáticas, de umidade, os nutrientes do solo e eventuais pragas precisam ser monitorados constantemente — a desatenção pode levar a um desastre. Fatores como inclinação do terreno e proximidade de cursos d’água também interferem substancialmente na resposta da plantação a esses fatores e devem ser levados em consideração para a tomada de decisões. Idealmente, cada talhão terá seu plano de manejo específico.

A tecnologia pode ser uma grande aliada no acompanhamento das diferentes áreas de plantação. Ela permite, por exemplo:

3. Má utilização de recursos

Esse item se relaciona tanto com o planejamento quanto com o controle. No entanto, merece um tópico à parte por tratar de problemas comuns na cultura agrícola brasileira, que levam ao desperdício e até mesmo prejudicam a segurança alimentar. Mudar essa lógica pode beneficiar tanto agricultores quanto consumidores.

3.1. Defensivos

Somos o país que mais utiliza agrotóxicos no mundo. Será que temos uma taxa anormal de pestes invasoras? Não, estamos dentro do padrão, apenas exageramos na aplicação de um produto nocivo para o agricultor, o consumidor e o meio ambiente. Existem leis regulando a quantidade de agrotóxico que deve ser aplicada. Elas levam em conta o limite seguro desses produtos, mas não é incomum que a legislação seja ignorada — o que pode trazer penalidades severas à fazenda.

Quase metade dos pesticidas aplicados, inclusive, é desperdiçada por erros na escolha de horário e condições climatológicas ou, também, pela utilização fora das condições especificadas pelo fabricante. Ler o rótulo é uma questão de segurança e ainda reduz os gastos com o produto. As instruções geralmente incluem:

O agricultor também pode reduzir a quantidade de agrotóxicos que utiliza variando com outras técnicas de defesa, como controle biológico e a escolha inteligente de plantas companheiras, priorizando espécies capazes de afastar as pragas que comumente atacam a cultura principal.

3.2. Insumos

Um solo bem cuidado é essencial para a produtividade no campo. Mas aplicar macronutrientes de forma indiscriminada pode não ser a melhor opção para o seu bolso, sua safra e para o ambiente. Se você não proteger o solo, a lixiviação levará todo o seu investimento embora e contribuirá, inclusive, para a eutrofização de reservatórios de água, causando a morte da fauna aquática local.

A saúde do solo também depende da presença e disponibilidade de micronutrientes, que estão relacionados à composição de macro e microagregados. A rotação de culturas, a restrição do maquinário no terreno e o plantio direto podem ajudá-lo a manter o solo vivo. Uma vez perdidas essas propriedades, o solo se torna compactado, dificultando o crescimento das raízes e a absorção de nutrientes. Nesse ponto, fazer a recuperação é muito mais custoso e trabalhoso — a prevenção é o melhor remédio.

Entendeu o que faz o agricultor? A profissão é mais ampla do que parece a princípio, não é verdade? Mesmo depois de anos de prática, ainda há muito para aprender e inúmeras possibilidades de caminhos para o gestor rural. Felizmente, a tecnologia está cada vez mais conectada com esse setor tão importante para a nossa sociedade!

Agora que você já sabe como manter a produtividade no campo, siga conosco para conhecer algumas ferramentas que vão auxiliá-lo a gerar mobilidade no agronegócio!