O que é MRP e como ele funciona?

O que é MRP? Antes de entender o significado da sigla, é importante lembrar que sempre existe um grande planejamento por trás de processos eficientes. Essa é uma verdade ainda mais absoluta no contexto das indústrias e das produções em larga escala.

Sendo assim, o Manufacturing Resource Planning (ou Planejamento de Recursos de Produção) ajuda a manter o controle efetivo de todas as áreas do negócio, além de uma boa gestão de recursos.

Quer aprender mais sobre o sistema MRP? Então continue a leitura para saber como a solução funciona, quais os principais benefícios para a indústria, as etapas da sua implementação e muito mais.

O que é MRP e como funciona?

Se você não sabe o que é MRP, isso vai mudar com a leitura deste artigo. O conceito surgiu na década de 1950, durante a retomada da indústria no período pós-guerra, com o intuito de definir e de organizar os processos de produção. Afinal, um dos maiores desafios do setor é lidar com a fabricação de produtos em larga escala, sem desperdícios ou exageros.

O MRP veio para auxiliar a gestão dos recursos, a fim de atender às necessidades da produção industrial. O sistema originou, posteriormente, o ERP, utilizado para integrar os mais diversos setores do negócio.

Entenda como funciona

A base do MRP envolve todas as etapas do planejamento de um produto, desde prazos e materiais até as quantidades necessárias em cada estágio de produção. De forma resumida, a partir das informações levantadas, o MRP reúne todos os componentes indispensáveis para possibilitar a produção.

Ele calcula estoques, define compras e mantém a sustentabilidade industrial. Para isso, o sistema utiliza três dados:

• demanda — quantidade do produto com base nas previsões de vendas por determinado período;

• lista de materiais — toda a matéria-prima necessária para atender à produção;

• saldo de estoques — quantidade de itens armazenados para suprir a demanda.

Tudo é feito de maneira automatizada pelo software de gestão com o objetivo de não gerar nem excessos, nem escassez de matéria-prima. Dessa forma, o MRP contribui para a tomada de decisão de compra e para o ritmo de produção.

Como se deu a evolução do MRP?

Na época em que o MRP surgiu, sua principal finalidade era aproveitar sua robusta capacidade de armazenar e processar dados para melhorar os processos de produção. Afinal de contas, dependendo da estrutura do produto, a realização desse tipo de cálculo manualmente era quase impossível.

À medida que o tempo passou, o MRP evoluiu para o MRP II, um conjunto de soluções integradas e funções relativas ao controle de chão de fábrica e ao planejamento de recursos. Posteriormente, mais funcionalidades foram adicionadas para dar suporte a áreas como:

• financeiro;

• qualidade;

• atendimento;

• departamento de Recursos Humanos;

• engenharia;

• contabilidade.

Atualmente, considera-se o MRP como um dos recursos oferecidos pelo ERP, o famoso software de gestão integrada, como mencionamos no primeiro tópico.

Quais os componentes básicos do MRP?

Para o entendimento do MRP, é preciso conhecer dois dos seus componentes básicos: Plano Mestre de Produção, ou MPS, e explosão de necessidade de matérias-primas e produtos semiacabados. Acompanhe cada um deles, a seguir.

Plano Mestre de Produção

O MPS lida com tudo o que será solicitado para a produção de algo, bem como a quantidade e quando esse pedido deve ser entregue. É preciso inserir os seguintes inputs para que um software consiga criar um Plano Mestre de Produção:

• registros de estoque;

• carteira de pedidos;

• previsão de vendas.

Para que sejam produzidos os dois últimos componentes citados há pouco, é preciso que haja gerenciamento de demanda. Uma carteira de pedidos deve conter a quantidade do que se deseja comprar, a data de solicitação e quem solicitou esse pedido.

Já no tocante à previsão de vendas, deve-se considerar, principalmente, o histórico de demandas da empresa. Entretanto, vale salientar que também é preciso ter uma visão atual, de forma que as análises não sejam estritamente relacionadas ao passado.

Isso ajuda a ampliar o entendimento sobre a situação do negócio, de modo a estar em sintonia com o mercado, mantendo a competitividade no setor em que atua.

Explosão de necessidade de matérias-primas e produtos semiacabados

Diferentemente do Plano Mestre de Produção, esse segundo componente do MRP lida diretamente com produtos semiacabados e matéria-prima. Para isso, é usado o conceito de BOM (ou Bill of Materials), que consiste em uma lista de materiais, e o Lead Time, voltado para fornecimento e produção de componentes “filhos”.

Estamos nos referindo a uma nomenclatura de separação dos componentes de uma lista. Dessa forma, o item “pai” é aquele componente principal, de onde derivam os demais. Por exemplo, um braço regulável pode ser considerado um item “pai”, enquanto arruelas e porcas são tidos como “filhos”, já que eles são necessários na montagem do braço regulável.

MRP I e MRP II

O MRP I tem por finalidade fazer uma previsão do quanto de material será necessário para um produto, por meio de entradas como a carteira de pedidos e a previsão de vendas. Já o MRP II é uma versão mais moderna e completa, consistindo em uma ferramenta tanto de caráter operacional quanto estratégico na empresa.

Quais são seus benefícios para a indústria?

Agora que você já sabe o que é MRP e como o sistema funciona, chegou a hora de conhecer os benefícios de investir no software de gestão. O primeiro vem com os desperdícios evitados, bem como estoques excessivos de matéria-prima. São duas conquistas de uma vez só: produção mais sustentável e com custos reduzidos. Acompanhe mais!

Reduz tempo de processamento de dados

Depois que o gestor repassa todas as informações necessárias para o MRP, o processamento de dados ganha agilidade. Afinal, tudo ficará por conta do sistema. Ao profissional, caberá apenas a tomada de decisão.

Torna o planejamento mais certeiro

Com a automatização de todas as etapas do planejamento, o que poderia levar dias passa a ser feito em minutos. Todas as análises de compra e de estoque são feitas com base nos dados coletados, o que reduz a margem de erros.

Diminui os gastos desnecessários

Ao ter um controle do que precisa de reposição, sem deixar faltar ou exagerar, as despesas se tornam mais conscientes. Afinal, graças ao MRP, você só vai comprar as quantias necessárias para a produção, evitando gastos desnecessários.

Aumenta a confiança nas decisões

Por meio das informações de estoque, de produção e de planejamento do MRP, as decisões ganham embasamento. Desse modo, o tempo de resposta é rápido e eficiente, o que melhora a relação com fornecedores, passa credibilidade e facilita as negociações.

Deixa a produção mais estratégica

Com o acompanhamento de todas as etapas da produção, o negócio se torna mais estratégico. Assim, as equipes passam a se preocupar menos com rotina, como o controle de material e de estoque, para assumir ações com foco nos resultados.

Como são feitos os cálculos do MRP?

Para criar uma rotina de aquisição e produção de maneira orgânica, isto é, sem que ocorra escassez ou excesso, o MRP reúne cada informação pertinente aos processos. Ele realiza os cálculos com base em três aspectos fundamentais:

• lista de materiais — todos os insumos e as matérias-primas necessárias para a produção de um produto final devem integrar a lista;

• demanda — trata-se da quantidade de vendas de um produto e as projeções para determinado período;

• saldo de estoques — é a quantidade de material em estoque e do produto final no inventário da empresa.

O MRP utiliza esses dados como parâmetro para o cálculo, indicando ordens de aquisição de matéria-prima e de produção, mediante as projeções de venda de cada produto.

O software estipula uma quantidade de segurança em estoque, assim como pontos de reposição de cada insumo/material, o que contribui bastante com a redução do excesso ou perda de cada um e auxilia os gestores no processo de tomada de decisões de compra. Por consequência, há menos desperdícios e a otimização do ritmo de produção.

Quais as etapas do MRP?

Para o sistema executar suas funcionalidades, vários fatores são considerados. Por exemplo, o planejamento de produção abrange dados e estratégias como distribuição de produtos conforme as considerações geográficas, o ciclo de vida do produto e a sazonalidade. Além do mais, é preciso levar em conta a previsão de vendas e seu valor agregado no mercado.

Para que você compreenda melhor, veja quais são as principais etapas do MRP:

• Etapa 1 (MPS, Master Production Scheduling – Plano Mestre de Produção) — já levando em consideração todas as capacidades da empresa, é aqui que é determinado o fluxo de produção de cada período;

• Etapa 2 (MRP, Material Requirements PlanningPlanejamento das Necessidades de Materiais) — o planejamento de insumos e matérias-primas necessárias para o período em questão é feito logo após a aprovação do plano mestre;

• Etapa 3 (CRP, Capacity Requirements Planning – Planejamento das Necessidades de Capacidade) — feita uma análise minuciosa sobre todos os fatores de inviabilidade e as capacidades do negócio, são pensadas estratégias de produção mais eficientes para a execução do trabalho;

• Etapa 4 (produção) — depois de todos os cenários serem analisados, ordens de compra e ajustes necessários, os processos de fabricação vão sendo liberados, de forma que garanta um fluxo contínuo sem imprevistos ou atrasos.

Quando implementar o MRP na indústria?

No momento em que a indústria tem um volume de operações médio ou alto, é bastante possível que ela não esteja dando conta dos processos. Nesse caso, é preciso identificar os gargalos e desperdícios que geram custos adicionais, bem como as atividades manuais que devem ser automatizadas.

Esse levantamento também ajuda na hora de escolher entre o MRP I e o MRP II. Se o foco das mudanças estiver, inicialmente, apenas na operação, o MRP I é a solução mais adequada. Se a indústria estiver mirando o médio ou longo prazo, o MRP II é o mais indicado, em virtude do seu foco no crescimento integrado e no planejamento estratégico.

Se você chegou até aqui, já sabe o que é MRP, como funciona e seus principais benefícios. Ao implantar um bom software de gestão, o planejamento dá um passo à frente, com um melhor controle de todas as etapas. Desse modo, a produção tem um domínio maior sobre o estoque, além de reduzir o tempo com ações mais rápidas (compra de materiais e reposição) e os custos (sem excedentes).

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