O agronegócio no Brasil tem apresentado um crescimento explosivo nas últimas décadas. O mercado de grãos, por exemplo, no intervalo de 40 anos, teve a sua produção aumentada em 394%, indo de 51 para 251 milhões de toneladas. Esse dado divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) mostra não só que o agro brasileiro é capaz de alimentar o mundo, mas a qualidade dos seus produtos e a regularidade com que são produzidos.
Sem tecnologia, seria praticamente impossível obter um número tão expressivo como o que acabamos de citar. A digitalização dos processos no campo é algo irreversível, tendendo a gerar resultados ainda melhores para todos que atuam no setor. Para entender melhor a importância da tecnologia, continue a leitura até o final e conheça 5 das principais tendências do agronegócio em 2022!
1. Agricultura regenerativa
O objetivo da agricultura regenerativa é promover muito mais do que a sustentabilidade ao campo. Unindo o conhecimento científico com as práticas agrícolas dos indígenas, preza-se uma produção em larga escala, mas que, ao mesmo tempo, não venha a agredir o meio ambiente.
Em outras palavras, a agricultura regenerativa atua por meio de processos naturais, produzindo bioinsumos e preservando mais o solo. Vale também destacar que essa prática procura diminuir o consumo de água e depender menos dos defensivos químicos, em contraste com a agricultura tradicional. Essa, em muitos casos, é responsável não só pela degradação do meio ambiente, mas também pela redução na biodiversidade.
Princípios da agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa abrange os cinco seguintes aspectos:
- solo: são aplicadas, por exemplo, técnicas para cobrir o solo, reduzir fertilizantes químicos e ter menor compactação. O objetivo é torná-lo mais saudável e fértil;
- água: busca-se reduzir o uso da irrigação e aumentar a quantidade de água infiltrada no solo, além de aumentar a retenção nas plantas;
- biodiversidade: o controle de pragas e doenças é feito pela adoção das chamadas espécies-chave;
- carbono: a agricultura regenerativa procura aumentar o estoque de carbono no solo e a capacidade de sequestro, usando, para isso, as espécies-serviço, caracterizadas por crescer rapidamente e ter alta taxa de fotossíntese;
- socioeconômico: produção de alimentos que promovam segurança alimentar, melhoria na renda e qualidade de vida às pessoas que atuam no campo.
2. Mercado de carbono
A origem do mercado de carbono se deu durante a ECO-92, famoso evento de sustentabilidade realizado no Rio de Janeiro. No entanto, ele só começou a vigorar em 2005, após os países responsáveis pela emissão de 55% dos gases de efeito estufa aderirem ao Protocolo de Quioto. Na prática, o mercado funciona da seguinte forma: o governo de um país ou uma empresa obtém uma espécie de autorização para emitir a substância na atmosfera.
Nesse sistema, usa-se o crédito de carbono, que equivale a 1 tonelada de CO2. Dito isso, se o país polui muito, ele precisa comprar esses créditos dos países que agridem menos a atmosfera. A seguir, apresentamos os dois tipos de mercado de carbono, que são o voluntário e o regulado.
Mercado voluntário de carbono
As empresas do setor privado, de forma espontânea, atuam nesse mercado, negociando créditos de carbono com outras. Existem companhias com metas definidas de redução na emissão, o que pode englobar, por exemplo, a adoção de usinas solares e as atividades florestais. As ONGs, governos e quaisquer pessoas interessadas podem atuar aqui, mas a auditoria é feita por órgão sem vínculo com as Nações Unidas, de modo que a redução nas emissões não é contabilizada a nível de país.
Mercado regulado de carbono
Diferentemente do voluntário, o mercado regulado de carbono é composto pelos governos dos países. Existem basicamente três mercados regulados importantes no mundo, que são o europeu, o chinês e o californiano, nos Estados Unidos. Convém ainda destacar que o Protocolo de Quioto estabeleceu somente o mercado regulado de carbono, e não o voluntário.
3. Sensores
Os sensores são responsáveis por coletar dados do campo, permitindo análises precisas e melhores tomadas de decisão dos proprietários. Alguns sensores importantes que podemos citar aqui são o pluviométrico, que mede o volume de chuvas, e o térmico, capaz de coletar dados referentes às condições climáticas e à umidade do ar.
4. Softwares de gestão
Um software de gestão pode receber os dados dos sensores e transformá-los não só em informações de tempo real, mas em conhecimento de médio e longo prazo para o campo. Uma das muitas possibilidades de usar um sistema no campo é quando o proprietário deseja gerir o maquinário para plantio, pulverização e colheita.
Outra forma de usar softwares de gestão é por meio de um banco de dados responsável por registrar as doenças e pragas na lavoura. Dessa forma, os proprietários conseguem evitar muito mais do que prejuízos — eles podem agora implementar meios efetivos de maximizar a produção e reduzir custos, permitindo o crescimento escalável do negócio a médio e longo prazo.
5. Meteorologia de precisão
Como o nome sugere, a meteorologia de precisão veio para resolver problemas relacionados com a previsão do tempo. Antigamente, as estimativas eram bastante suscetíveis a erros, como a incidência de chuvas em um período onde supostamente o sol estaria predominante. Além de diminuir o problema da precisão, essa meteorologia consegue informar as condições do tempo até mesmo por bairros em uma cidade, por exemplo.
Trazendo para o campo, o proprietário rural pode usar procedimentos diferentes em várias áreas, a depender das condições do tempo. Dessa forma, ele pode tomar melhores decisões, relacionadas, por exemplo, com plantio e colheita. Imagine que o agricultor deseja usar um avião para jogar defensivo agrícola na plantação; com a meteorologia de precisão, ele sabe onde o vento será mais fraco ou mais forte, visando à dispersão do defensivo agrícola.
As tendências do agronegócio em 2022 requerem preparo dos proprietários e gestores do campo. Dito isso, observar como a tecnologia propicia melhorias no setor é fundamental, resolvendo problemas como desperdício de insumos e pragas que prejudicam plantações. Portanto, usar a tecnologia é algo que impacta positivamente o desempenho de toda a produção.
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