
Concreto protendido: descubra as diferentes aplicações na construção
Em estruturas onde há muito esforço de flexão, os profissionais da construção precisam ter cuidado dobrado para garantir a estabilidade. Você sabia que a solução do concreto protendido pode ser a resposta para atingir esse resultado?
Neste post, vamos responder todas as suas dúvidas sobre o assunto: como funciona essa técnica, como ela difere da armação convencional e quais são suas maiores vantagens em variados tipos de construção. Confira!
Afinal, o que é concreto protendido?
O concreto protendido é uma técnica de execução bastante difundida no Brasil, com o objetivo de introduzir em uma estrutura de concreto tensões capazes de melhorar a sua resistência.
Nesse caso, a armadura de aço (cordoalha ou fio) sofre um pré-alongamento, aplicando um esforço de compressão inicial no concreto. O processo é realizado com o posicionamento das cordoalhas no local de concretagem, que atravessam toda a estrutura, com sua posição definida a partir da solicitação do momento fletor. Após, o aço é pré ou pós tracionado, de acordo com a técnica escolhida em projeto.
Criando um sistema autoequilibrado de esforços, a técnica é utilizada para aproveitar todo o potencial que o concreto tem de suportar a compressão e reduzir de maneira significativa as fissuras geradas pela tração. É um processo com excelente custo-benefício e capaz de aumentar consideravelmente a vida útil da estrutura.
A diferença entre concreto protendido e armação convencional
As duas técnicas são utilizadas para o mesmo fim, o reforço do concreto utilizando aço. Porém, existe uma diferença fundamental entre os dois métodos.
A principal diferença entre as duas soluções está relacionada à condição do aço dentro da estrutura. No concreto armado a armação trabalha de forma passiva, ou seja, não há pré alongamento. Por outro lado, no concreto protendido as barras de aço são caracterizadas como armaduras ativas.
Quais são os tipos de concreto protendido?
Existem três tipos principais de concreto protendido que podem ser utilizados em diferentes cenários, principalmente, em estruturas amplas sem suporte e peças pré-fabricadas. Veja quais são:
Pré-tração (aderente)
Nesse modelo, o pré-alongamento da armadura é feita antes que o concreto seja lançado, utilizando apoios independentes do elemento estrutural. Essa ligação da armadura só é desfeita depois que ele é curado e, dessa forma, a ancoragem ocorre por aderência entre os materiais.
Pós-tração (aderente)
No caso da pós-tração, as armaduras ativas são cordoalhas nuas e alocadas dentro de bainhas que as isolam do concreto. Após a concretagem e cura até a resistência desejada, as cordoalhas são tracionadas e ancoradas nas extremidades da peça estrutural. A aderência é criada posteriormente por meio da injeção de nata de cimento no interior das bainhas.
Pós-tração (não aderente)
Nesse caso, a cordoalha utilizada é engraxada - a camada de graxa cobre a cordoalha nua, que depois é revestida com uma camada plástica de alta densidade.
Após a concretagem e cura até a resistência desejada, as cordoalhas são tracionadas e ancoradas nas extremidades da peça. O aço fica permanentemente sem aderência com o concreto durante toda a sua vida estrutural. A capa plástica adere a ele e a graxa permite livre movimentação da cordoalha na estrutura.
Em quais casos ele é mais recomendado?
O concreto protendido pode ser aplicado em diversos casos. É uma solução muito indicada para vencer grandes vãos e para peças pré-fabricadas, principalmente quando se prevê uma carga de esforço de flexão elevada. Por isso, ele é muito indicado para obras que se encaixam nessas características:
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pontes;
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viadutos;
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passarelas;
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estacas pré-moldadas;
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vigotas pré-fabricadas para laje;
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peças pré-fabricadas para edifícios e casas;
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dormentes para ferrovia.
Quais as vantagens de utilizar concreto protendido?
Quando utilizado em cenários adequados, o concreto protendido pode oferecer grandes vantagens se comparado às alternativas, como as armaduras tradicionais. Veja o que você ganha ao utilizar essa solução:
Economia na obra
Uma busca constante de profissionais envolvidos na construção civil é sempre feita com o objetivo de encontrar formas mais baratas e eficientes que consigam resultados iguais ou superiores às opções anteriores.
Nesse caso, o aço protendido é, no mínimo, 150% mais resistente que o aço convencional.
Portanto, a obra precisa de menos aço para conseguir o mesmo reforço na estrutura. Uma redução significativa se você levar em conta a representatividade do piso no orçamento total.
Agilidade na obra
Como o concreto protendido é muito adequado para peças pré-fabricadas, a técnica pode ser utilizada para a fabricação na indústria e depois transportada para o canteiro de obra. Além de colaborar na economia desses processos, a ampliação do uso desse tipo de peça pode agilizar a obra e diminuir o prazo de conclusão.
Utilização de menos pilares
Como dissemos, o concreto protendido permite a criação de vãos com intervalos muito maiores entre os pilares. Essa característica traz mais liberdade e possibilidades para o projeto arquitetônico, dando um toque diferenciado na obra sem comprometer a resistência da estrutura.
Aumento da vida útil
Falando em resistência, obras que utilizam a técnica podem durar mais e exigir menos gastos com manutenção ao longo do tempo. Isso porque o modelo suporta mais esforço por flexão reduzindo as tensões de tração.
Isso significa menos deformações e menos fissuras no concreto. Essa é uma vantagem tão importante que a protensão pode ser usada, inclusive, na recuperação e no reforço de estruturas comprometidas.
Quais são os erros mais comuns em sua aplicação?
Mesmo que essa seja uma solução eficiente, econômica e permita maior controle tecnológico durante sua execução, esses benefícios só podem ser colhidos quando há cuidado e disciplina no momento da concretagem. Entre os erros mais comuns desse processo estão:
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posicionamento errado das cordoalhas na forma;
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extrapolação da carga máxima permitida na hora de aplicar a tração, o que pode provocar ruptura ou defeito na cordoalha;
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manuseio descuidado do material utilizado que resulte em pontos frágeis na estrutura;
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omissão no pós-obra, ao não informar aos usuários da edificação sobre os riscos de perfuração na laje ou viga que atinjam as cordoalhas - principalmente ao não disponibilizar uma planta com o posicionamento correto de todas elas.
Como toda obra, a experiência e a atenção na hora de executar esse processo pode garantir todas as vantagens sem deixar possíveis problemas ocultos para trás. Basta entender bastante da técnica e, se possível, contar com empresas especializadas que já existem no Brasil - além de, claro contar com materiais de qualidade.
Tomando todos esses cuidados e conhecendo melhor a aplicação de concreto protendido, essa técnica se torna uma importante aliada para construções com vãos amplos e que precisem suportar grandes esforços por flexão. Que tal começar a pesquisar agora sobre como aplicá-la no seu trabalho?
E se ficou ainda alguma dúvida sobre o processo e os materiais utilizados na protensão de concreto, deixe sua dúvida aqui nos comentários!
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