Todo gestor sabe que o controle de custos é essencial na lucratividade do negócio. No entanto, será que todos eles dão a devida importância para a análise das variações? É justamente esse levantamento que aponta as causas da discrepância entre os custos padrão e real das operações.
De fato, seria muito bom se os custos padrão e real fossem os mesmos, ou, na pior das hipóteses, fossem irrelevantes. Na prática, porém, entendemos que isso é impossível – cabendo ao administrador rastrear todos os detalhes envolvidos na análise das variações. Ao longo do texto, vamos apresentar cenários práticos, visando a ampliar o entendimento sobre a importância de analisar os custos padrão e real na empresa. Continue a leitura!
O que é custo padrão?
Ao planejar a compra de insumos, por exemplo, a equipe faz uma avaliação de caráter teórico sobre os custos envolvidos. O setor contábil da empresa possui uma relação de valores predefinidos, oriundos de experiências passadas de compra, dando uma ideia aproximada dos custos reais envolvidos em uma operação.
Vale destacar que esses valores podem sofrer mudanças ao longo do tempo. A ideia é sempre ter essas referências atualizadas, principalmente se a empresa tiver o seu conjunto de despesas dentro de uma margem de previsibilidade.
Cálculo de custo padrão
A fórmula é bastante simples. Basta multiplicar a quantidade padrão de um item com o seu preço, sendo um cálculo amplamente empregado em produtos homogêneos. Obviamente, haverá casos em que diversos itens serão usados na determinação do custo padrão, aumentando um pouco a complexidade do procedimento.
O que é custo real?
Na hora de comprar os insumos, é muito comum haver divergência em relação ao custo padrão. Isso consiste justamente no custo total, que precisa ser menor ou muito parecido com os valores estipulados previamente pela contabilidade. A maneira de calcular é a mesma da primeira abordagem, somando-se o fato de que agora é preciso, também, saber a diferença entre ambos os custos.
Tanto o padrão quanto o real consideram outros fatores, como a mão de obra e os eventuais gastos indiretos. Um exemplo disso pode ser o transporte do insumo, visto que, dependendo de onde está o seu centro de distribuição, isso vai impactar o valor contido no frete.
Quais são as diferenças entre eles?
Uma das principais diferenças entre custo padrão e real diz respeito ao modo como eles são inseridos nos demonstrativos contábeis. Em geral, o valor líquido de uma venda está contido nos custos padrão, e os custos reais são registrados após o fechamento das vendas. Isso significa que o contador deve registrá-los separadamente em suas demonstrações contábeis e financeiras.
Outra diferença fundamental é em relação à forma de registro. O custo padrão é registrado geralmente na fase inicial do período contábil, sendo uma ferramenta de preparação do orçamento. Já os custos reais, como é de se imaginar, são registrados ao longo do período contábil.
Por que é importante fazer a análise das variações desses custos?
Sem fazer uma análise minuciosa das variações entre custo real e padrão, a empresa pode ter suas margens de lucro corroídas. Quanto mais se demora em dar a devida atenção a isso, maior o desafio em identificar os fatores causadores de eventuais discrepâncias. Por isso, vamos analisar um exemplo prático, em que o custo padrão calculado foi de R$ 500, e o real, de R$ 560.
A primeira coisa a ser notada nesse número é que o custo real foi maior que o padrão. Quando isso ocorre, tem-se um cenário chamado de desfavorável, mas a equipe precisa decompor os valores e identificar os pormenores que levaram a esse resultado. Uma possibilidade é seccionar esse custo padrão de R$ 500 em três partes: materiais diretos, mão de obra direta e custos indiretos. Considere as informações seguintes:
• o custo padrão de materiais diretos foi de R$ 350, e o real, de R$ 380, representando uma variação de -30 reais;
• o custo padrão de mão de obra foi de R$ 80, e o real, de R$ 100, representando uma variação de -20 reais;
• o custo indireto padrão foi de R$ 70, e o real, de R$ 80, representando uma variação de -10 reais.
Materiais diretos
Para simplificar a análise, vamos supor que os materiais diretos correspondem a dois materiais distintos e à embalagem. Considere as seguintes informações:
• Material A: 10 unidades a R$ 15 cada, representam um custo padrão de R$ 150. No entanto, foram compradas 12 unidades a R$ 17, resultando em um custo real de R$ 204;
• Material B: 10 unidades a R$ 18 cada, representam um custo padrão de R$ 180. No entanto, foram compradas 12 unidades a R$ 12, resultando em um custo real de R$ 144;
• Embalagem: 10 unidades a R$ 2 cada, representam um custo padrão de R$ 20. No entanto, foram compradas 8 unidades a R$ 4, resultando em um custo real de R$ 32.
Como foi possível observar, o valor mais desfavorável é atribuído ao material A, com -54 reais. No entanto, houve um saldo positivo de R$ 36 em relação ao material B. A ideia de fazer essa análise mais detalhada é saber a influência da quantidade e do custo real unitário, visando a otimizações e a compras mais próximas dos valores considerados padrão.
Por mais que seja um cenário bastante simplificado, ele mostra razoavelmente bem por que é importante "abrir" os dados. Sem isso, o administrador conduzirá o negócio às cegas, sempre com o risco de aumentar a discrepância negativa entre os custos padrão e o real. As quantidades de matérias-primas e embalagens são cruciais, visto que a compra em excesso gera desperdício – já o contrário pode gerar demora e atraso na entrega ao cliente final.
A análise das variações de custo padrão e real ajuda a determinar se a empresa está operando em lucro ou prejuízo. De fato, é quase impossível esses valores serem os mesmos, de modo que o administrador precisa ter uma equipe competente e boas ferramentas para se debruçar nos dados e identificar meios de reduzir a discrepância entre os custos.
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